- Nome: Vidas Secas
- Autor: Graciliano Ramos
- Editora: Record
- Classificação: 4/5 estrelas
- Sinopse: Pressionados pela seca, uma família de retirantes composta por Fabiano, Sinhá Vitória, o menino mais velho, o menino mais novo e a cachorra Baleia, atravessam o sertão em busca de meios para sobreviver.
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Vidas Secas não começou com um livro, originalmente eram contos publicados em jornal. O primeiro conto escrito por Graciliano Ramos foi "Baleia" e aos pouco ele foi escrevendo outros até juntar todos em um romance, portanto os capítulos são independentes, o que não atrapalhou para que a história tivesse um enredo cíclico, pois o livro termina muito semelhante ao como começou, seguindo o ciclo climático de seca, chuva e seca. Durante a seca eles estão muito miseráveis, sem lugar fixo, mas durante a chuva a vida deles melhora um pouco.
O livro é sobre uma família de retirantes nordestinos: Fabiano, o pai, Sinhá Vitória, a mãe, os filhos mais velho e mais novo, que não recebem nome e a cachorra chamada Baleia. Eles estão fugindo da seca a procura algum lugar para estabelecer residência, trabalhar e ter o que comer, tendo como objetivo a critica social mostrando os problemas do nordeste.O narrador entra no pensamento das personagens e usa uma visão prismática da realidade, mostrando o ponto de vista de cada um, sendo por tanto um narrador em terceira pessoa, onisciente.
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Fabiano não questiona sua situação de miséria, para ele tendo onde dormir e comer ja está bom. Ele compara as pessoas incluindo ele com animais, se dando melhor com os mesmo, tendo dificuldade em relacionar com os seres humanos, por exemplo, quando seu patrão começa à diminuir seu salário ele não percebe até Sinhá Vitória que contava seu dinheiro, lhe falar, ele tenta conversar com o patrão mais tem dificuldade em se comunicar com ele. Mostrando não só a carência de palavras mais também de pensamentos de Fabiano, que é uma pessoa alienada (não sabe o que se passa ao seu redor.Por outro lado Sinhá Vitória não vê a miséria do mesmo jeito que Fabiano, ela não gosta da situação que vive e gostaria de poder melhorar de vida, ter uma casa própria e ver seus filhos na escola, ela não gosta de ser comparada com animais. O menino mais novo aceita a situação que vive e quer ser como o pai, ja o menino mais velho é questionador e curioso, o que o faz mais parecido com a mãe. O fato dos meninos não terem nome retrata a falta de identidade deles, além de não possuírem documentos portanto não existem para o governo. A cachorra Baleia não fala, porém tem pensamentos e seu ponto de vista sobre a miséria a qual ela e a família que pertence vive, ela a personagem mais humana (antropomorfismo) do livro é visionária sonha com uma vida melhor, com mais comida, detesta violência (quando os meninos apanham ela apanha junto) e é solidária. Quando ela leva um tiro de Fabiano por que está com a doença raiva, ela tem um "delírio canino" onde ela se encontra num lugar mais justo e com comida farta.As personagens não conversam muito umas com as outras e se expressão mais por grunhidos semelhes aos de animais (zoomorfismo), sendo assim há pouco entendimento entre eles. A linguagem na história é seca, tendo frases curtas, orações coordenadas, sem adjetivos, sendo portanto sem sentimentos e humor, além disso ainda apresenta muitos pontos finais para mostrar que a vida deles sempre trava e não tem progressão.
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